Nem tudo começa aqui e nem tudo acaba aqui

Uma viagem conduzida por:

quinta-feira, dezembro 31, 2009

O Caminho

Nunca perdera o caminho, costumava gabar-se. Mas isso fora depois de ter criado tamanha confiança em si próprio que nada o poderia tocar ou afectar. Antes disso dera também ele passos hesitantes e inseguros.


E, em verdade se diga, só muito mais tarde compreenderia que o que realmente importava não era nunca perder o caminho, mas sim saber escolher o seu próprio caminho... Nem que para isso tivesse de ver rasgadas as suas pernas e feridos os seus pés pela incúria dos homens.

terça-feira, dezembro 15, 2009

[ Inquietude ]

" Há Outonos e versos por desvendar, caminhos por descobrir... e momentos não vividos, a sós e lado a lado... e na tua memória ecoam as vozes de um passado recente...
Desbravas na tua mente o deserto que nunca visitaste... sonhas com um povo que não é o teu... relembras os cânticos na noite, onde as montanhas cantavam a um Deus que, inquietamente, era o teu próprio Deus...
Olhaste as estrelas naquela hora e comungaste com o Universo... o eco da montanha abria o caminho a um Universo até então desconhecido para ti... a certeza de que tinhas de estar naquele lugar era mais evidente... tudo fazia sentido...
Não mais esquecerás o momento em que a tua alma se desprendeu do teu corpo e sobrevoaste, ao som daqueles cânticos, as belas montanhas antigas do Riff... "

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Um segredo para ti


"Três anos" pode ser a efeméride de muitas coisas... de dor, alegria, frustração, medo, felicidade. Muitas coisas ocorreram neste mesmo dia precisamente há três anos: talvez te lembres ou não de certa noite em que não agarrámos o momento... ele anda a escapar-nos desde essa altura. Talvez seja altura de deixar de procurar esse momento... talvez seja o momento de deixar o momento ser este momento aqui e agora... talvez seja o momento de viver o momento e não ficar à espera do tal momento que nos parece ter escapado entre os dedos...
(E precisamente há 3 anos nascia também o Paralelo 77 ;-) )

terça-feira, dezembro 01, 2009

Como um raio de sol na superfície dos sonhos


O livro esperava sobre a mesa da sala. Estava exactamente no local em que o deixara, ligeiramente inclinado na diagonal em relação ao eixo da coluna de revistas que decorava a mesa. Deixou-se cair sobre o sofá e respirou fundo. Fora um dia terrível, carregado de problemas e fértil em contrariedades. Por mais que tentasse não conseguia esquecer as agruras do dia. por mais que se esforçasse não conseguia relaxar. Pegou no livro. Talvez se começasse a ler conseguisse afastar os maus pensamentos da cabeça. A sua agitação interior resistiu ainda a alguns parágrafos, mas, disciplinadamente, voltava à primeira linha e recomeçava. Em breve estava completamente imerso nos contornos da história que vivia dentro daquelas páginas. O dia pusera-se à muito para além da cordilheira da consciência. Era bem certa aquela máxima que não se cansava de repetir aos amigos que não gostavam de ler: um livro é um passaporte para sonhar.

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