
O livro esperava sobre a mesa da sala. Estava exactamente no local em que o deixara, ligeiramente inclinado na diagonal em relação ao eixo da coluna de revistas que decorava a mesa. Deixou-se cair sobre o sofá e respirou fundo. Fora um dia terrível, carregado de problemas e fértil em contrariedades. Por mais que tentasse não conseguia esquecer as agruras do dia. por mais que se esforçasse não conseguia relaxar. Pegou no livro. Talvez se começasse a ler conseguisse afastar os maus pensamentos da cabeça. A sua agitação interior resistiu ainda a alguns parágrafos, mas, disciplinadamente, voltava à primeira linha e recomeçava. Em breve estava completamente imerso nos contornos da história que vivia dentro daquelas páginas. O dia pusera-se à muito para além da cordilheira da consciência. Era bem certa aquela máxima que não se cansava de repetir aos amigos que não gostavam de ler: um livro é um passaporte para sonhar.
3 comentários:
...sonhei.
Obrigado
Se é...! Tem sido uma preciosa companhia nestes tempos de espera ausente.
Muitas vezes é assim mesmo... um livro ajuda a sonhar, assim como um dia inteiro a fotografar... :))
Para quando uma saída fotográfica???
Grande abraço!
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