Os faróis acendem-se na costa um nadinha antes dos mil corações da noite se iluminarem.
O faroleiro de rosto gasto abandona por um instante a jovem amante e aspira com gosto a maresia, deitando os olhos sábios num movimento que abarca desde a abóbada celeste até à linha do horizonte.
Lança um deasafio ao anoitecer "Basta um coração para amar!"
O eco devolveu-lhe a sua voz num tom algo zombateiro, erguida, um pouco a custo, acima do murmúrio das ondas:
"Amar Amar".
O velho faroleiro coçou a barba rala e interrogou-se "Como é que raio o vento sabe que eu amo amar?"
2 comentários:
Sempre excelentes textos....
Grande abraço!
Adoro este sítio. Tem uma energia muito forte.
Beijinhos
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