Nem tudo começa aqui e nem tudo acaba aqui

Uma viagem conduzida por:

segunda-feira, dezembro 01, 2014

Cronologia


Quando é que se pode começar a chamar ruína a um edifício que nunca foi acabado, que nunca serviu o seu propósito, que nunca foi, que nunca chegou a existir verdadeiramente?
Talvez o dito imóvel seja uma ruína quando é mais fácil demolir do que reabilitá-lo.
O espaço ocupado no mundo transfigurou-se em tempo, uma memória que foi desaparecendo progressivamente, deixando ver através de si a paisagem roubada pelos tijolos em carne viva, tornando-se transparente, invisibilizando-se, inviabilizando-se, até não restar mais do que um espaço vazio, que nos causa um vago desconforto e uma terna melancolia, como se ali devesse existir alguma coisa, embora não saibamos muito bem o quê.

1 comentário:

Passageiro do Tempo disse...

Talvez seja parte de um sonho inacabado ;)
Grande abraço!!

Arquivo do blogue