Nem tudo começa aqui e nem tudo acaba aqui

Uma viagem conduzida por:

domingo, novembro 30, 2008

[ Promessas não cumpridas... ]


" - Lembras ainda daqueles dias?
Perguntas tu no vazio da tua imaginação, quando ontem, olhavas as estrelas da meia noite que cintilavam por entre as nuvens da cidade branca ( como no teu poema...)
Somos tão iguais... e nem sabes quem sou... nem sabes quem és...
A noite não te sabe responder... apesar de olhares pela janela tentando reparar no teu reflexo, não te consegues ver... não te reconheces nos reflexos da noite... mas sabes que a habitas...
E de novo perguntas às estrelas...
- Onde estás? "
.

Olhei para trás


Olhei para trás. Sentara-me numa pedra à beira da estrada. Estava cansado da longa jornada. Tão cansado, que, ao olhar para trás, fiquei espontaneamente surpreendido com todo o caminho já percorrido. O ponto de partida perdia-se para lá dos incontáveis montes já torneados. Nunca acreditaria ser possível transpor tamanha distância apenas pelo meu próprio pé, e todavia...

E então olhei para a frente... Era tal e qual o caminho que via atrás de mim, só que invertido. Passaria perfeitamente pelo reflexo dum espelho mágico. Medi bem a distância ao percurso que me faltava percorrer. Era impossível saber se aquilo que me aguardava até ao fim da estrada era apenas um labirinto invertido do caminho já feito, ou se algo de novo me esperava para além da linha do horizonte.

A bem dizer, tinha duas opções, ou voltava para trás, caminho seguro e que já conhecia, ou seguia em frente, correndo o risco de ser surpreendido pela noite em campo aberto.

Espreguicei-me ainda sentado na pedra. Voltei a olhar para trás e de novo para frente. Poisei os olhos nas minhas botas. Estavam sujas pelo pó da estrada. Levantei-me e olhei mais uma vez para um lado e para o outro. Abandonei a estrada e embrenhei-me no meio do mato.

sexta-feira, novembro 28, 2008

Pedaços de Eternidade


" Cada dia carrega um momento de eternidade o qual habitamos sem saber... "

terça-feira, novembro 25, 2008

[ O Secreto Segredo do Teu Mar ]


" Numa manhã, num lugar secreto, num Tempo futuro... o silêncio do Oceano irá revelar-te, num murmúrio, o significado que carrega a palavra Amar... e aí compreenderás que as palavras que não foram ditas foram sempre as mais importantes... essas são as palavras da verdade que sempre negaste a ti mesmo... mas essas são também as palavras do verdadeiro amor... "

terça-feira, novembro 18, 2008

A Essência das Coisas


A essência das coisas não cabe dentro das próprias coisas... tentar capturar a essência das coisas seria um pouco como tentar guardar uma gaveta dentro duma outra gaveta rigorosamente igual... e, de qualquer forma, quem é que disse que uma gaveta é para guardar coisas? Porque é que eu não posso ter uma gaveta vazia na minha mesa de cabeceira reservada para a essência daquilo que eu julgo ser?

[ O Sentido das Palavras ]


" Agarras-te ao sentido das palavras para, miraculosamente, venceres mais um degrau da tua existência...
E olhas em redor...
Sem conseguir distinguir o vazio da realidade absurda em que vives e a ti próprio...
Vives suspenso na neblina da manhã da tua própria realidade...
Sabes que és a Noite e o Dia... o Sol e a Lua...
Mas também sabes que há um Amanhã que te pertence... "

domingo, novembro 16, 2008

[ A Melodia do Silêncio ]


" Hoje sentes mais do que nunca o vazio, aquele sentimento que tão bem conheces voltou a habitar o teu peito.
As cores da montanha que ecoavam os teus pensamentos mais secretos, silenciaram esta manhã, quando no teu vale entraste... que aconteceu? Onde estão os pássaros, os teus amigos? Os duendes que sempre te acompanhavam em criança hoje esconderam-se na secreta floresta onde tantas vezes sorriste enquanto falavas com as árvores...
O velho carvalho que abraçaste um dia, sorriu-te e tu nem deste por isso... mas é ao pé dele que te sentes bem, sabes isso quanto eu... cada ramo dessa árvore seguraria o teu coração como se do seu próprio fruto se tratasse, e tu precisas dela, agora mais do que nunca, amanhã mais do que nunca...
Enquanto fechavas os olhos e sonhavas... na montanha uma melodia ecoava pelo vale fazendo-te lembrar que nunca vais estar só, que aquela é a tua casa... "

sábado, novembro 15, 2008

Odisseia


Em tempos idos, seria absolutamente impraticável viver uma vida normal. Muito pelo contrário! Seria pouco menos que impossível escapar a todo um excitante mundo de aventuras... os poetas invocariam musas, o destino dos heróis decidir-se-ia em concorridas assembleias de deuses e as maravilhas e os prodígios suceder-se-iam ao ritmo dos minutos que nunca descansam.

Lamentavelmente, hoje tudo isto mudou. Não sobra nenhum recanto inexplorado deste planeta... Onde resta actualmente um lugar onde se possam esconder monstros, ciclopes, sereias e feiticeiras? E se houvesse, com certeza, existiria bem perto um hotel de luxo, um campo de golf e um Spa.

Ah!, que tristeza viver num mundo em que todas as estradas vão dar a Roma!!!

terça-feira, novembro 11, 2008

O dia que quando chegou já tinha passado


Cheguei atrasado ao teu sonho, apanhei apenas o rescaldo da festa. Tu havias já partido há muito. Havia ainda serpentinas pelo chão e mesas em desalinho. Um ou outro conviva, de copo na mão, alongava-se ainda na descrição de tudo o que eu tinha perdido. Confundiam-me repetidamente com outra pessoa. Estavam convencidos de que eu assistira às mesmas peripécias que não se cansavam de recordar desse teu memorável sonho. Ainda tentei explicar que não, não era eu, mas acabei por me conformar em ouvir o que tanto prazer encontravam em partilhar comigo uma vez mais ...embora tudo aquilo fosse novidade para mim. Ocorreu-me que andasse nesse preciso momento um sósia meu à solta pelo mundo. Com certeza fora esse duplo que estivera lado a lado contigo nesse teu sonho, a que eu, para não variar, chegara atrasado. Pensei em como fora oportuna a minha demora. Poucas coisas são mais perigosas do que conhecermos o nosso outro eu. Dificilmente um de nós poderia sobreviver a tão fatídico encontro. Talvez fosse este sósia que te conhecesse e não eu. Caso contrário, que interesse teria eu em aparecer no teu sonho, e, doutro modo, que sentido haveria em enviares-me um convite que eu não recordo de receber?

segunda-feira, novembro 10, 2008

[ A Côr das Palavras ]


" No momento em que nascem os poemas, as minhas palavras ganham a côr dos teus olhos, e... sonhando-te... viajo contigo lado a lado, na encruzilhada do Tempo...
Sinto o cheiro do imenso mar, vejo o sol reflectir um Cosmos onde os teus pensamentos se diluem... revendo um passado e um futuro...
A tua alma tem asas, os teus olhos sabem a mar e o teu coração bate no meu peito... "

quarta-feira, novembro 05, 2008

Cabeça de Vento


Serão mais felizes as cabeças cheias de vento?

Se o Nada nos correr pelas veias, haverá lugar para a dor no peso pluma do nosso corpo?

Porque será que as perguntas mais interessantes são precisamente aquelas para as quais sabemos que nunca encontraremos resposta?

terça-feira, novembro 04, 2008

[ À distância de um Oceano... ]


" Relembras os pedaços de eternidade que partilhaste,
Sonhas com um Mundo... onde o Tempo não passa...
onde a noite não existe, o dia nunca nasce... e onde um abraço é Eterno... "

sábado, novembro 01, 2008

[ De Volta ao Princípio do Mundo ]


Nada não é o Fim de Nada,
É o retorno ao Princípio de tudo...

E ao longe no Tempo,
Revejo os fantasmas que me abandonaram...

Fecho os olhos,
Gravito em volta da Luz...

Sou o viajante perdido no Tempo que volta...

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