Nem tudo começa aqui e nem tudo acaba aqui

Uma viagem conduzida por:

quarta-feira, junho 27, 2007

A Noite dos Magos



"A noite em que os Magos se reuniram para que a Humanidade não se exterminasse era uma noite como outra qualquer ou pelo menos assim nos pareceu...
Se olhássemos com mais atenção poderíamos perceber uma certa luminosidade, uma certa Luz vinda do firmamento... que entrava em sintonia com aquele lugar... a Casa do Conhecimento, o lugar onde um grupo de humanos, iguais a tantos outros, lutava para que a consciência do próprio Universo não terminasse ali, a única coisa que os distinguia era o modo de olhar as coisas... porque cada coisa diz mais do que aquilo que parece...
A Luz vinda de cima ao entrar na Casa pelas telhas de vidro iluminava o rosto e o espírito de cada um, e eles sabiam que essa era a Luz do conhecimento, da Verdade e da Vida...

Despediram-se, mais uma vez a Humanidade estava salva de si mesmo... agora uma coisa os preocupava... todos eles estavam cada vez mais cansados, mais vazios da magia que protegia a Natureza, que protegia a Humanidade, o Sol e a Lua...
A grande batalha estava próxima e eles sabiam isso muito bem.
O mais velho de todos sorriu demoradamente e fixou cada um dos seus companheiros como se esta fosse a última vez. O que ele não sabia era que todos os outros repararam no seu olhar."

Fim de canção

As notas musicais da partitura da música no meu coração são os passos de dança da coreografia da tua indiferença.

E todavia a canção não era triste. Melancólica, talvez. Mas a canção não era triste.

A canção tocava no meu coração e as palavras dançavam na minha mente.

Eternamente desastradas as palavras tropeçavam umas nas outras na minha mente, pisando-se e atropelando-se.

Quando a canção terminou de tocar no meu coração as palavras ainda não tinham aprendido a dançar na minha mente.

Resta-me acreditar que no dia em que as palavras aprendam na minha mente a dançar a música por essa altura a tocar no meu coração tudo seja diferente...

segunda-feira, junho 25, 2007


No dia em que eu tiver asas poderei olhar de cima o lugar que um dia te prometi mostrar...
Não que essa promessa esteja esquecida num canto qualquer doTempo,
Mas porque temo esse momento,
O momento em que, perante Deuses, não me saberei esconder...




quarta-feira, junho 13, 2007

Finished

O fim duma viagem é sempre o princípio de outra.

Se o nosso fiel corcel se estirou pelo chão esgotado, talvez seja altura de o deixar a pastar a relva fresca e seguir o nosso caminho pelo próprio pé.

O fim duma viagem é sempre o princípio de outra... malgrado que o princípio da nova viagem esteja já grávida em si mesmo do seu anunciado fim...

No final da linha reside o segredo que almejámos alcançar por toda uma vida... ou pelo menos por toda a pequena eternidade que durou o olhar que lançámos além do horizonte.

terça-feira, junho 12, 2007

Um Tempo Só Meu


Hoje dia 12 de Junho de 2007 ficará na minha memória um acontecimento francamente estranho e ao mesmo tempo tão marcante na maneira como se deu.
Quem me conhece sabe da paixão e encantamento que as aves têm sobre mim, explicá-lo é impossível e completamente indescritível.
Apesar de já me ter deparado com situações insólitas esta foi muito forte.
Hoje, cerca das 9 horas da manhã nos Jardins da Gulbenkian em Lisboa, passei pelos caminhos (que são dezenas) cimentados e rodeados de plantas e árvores, quem conhece este Jardim sabe que há bastantes arbustos bem desenvolvidos havendo partes muito sombrias e densamente arborizadas.
Depois de ter estado sentado a observar um casal de melros a defender-se de uma garça que estava poisada num pinheiro e que tentava chegar ao ninho dos melros, resolvi entrar em caminhos que ainda não tinha percorrido, zonas muito fechadas. Ao desviar-me de um arbusto olhei para o chão e pareceu-me ver uma pequeníssima ave. Voltei atrás porque inexplicávelmente algo me fez crer que se tratava de uma ave bébé... a zona até servia de passagem para pessoas sendo muito movimentada, pensei pois que me tinha enganado... no entanto ao voltar atrás e olhando com mais atenção reparei num pequeno chapim azul bébé, deveria ter caído do ninho há minutos, estava assustado e com frio, tremia muito, nem sabia voar, as penas ainda eram curtíssimas.
Peguei nele rápidamente porque pensei que fugia, mas nada disso, deixou-se apanhar prontamente tal era o seu estado de choque... na mesma altura que peguei nele dois miúdos passaram de bicicleta tão rápidamente que um deles bateu-me no ombro e passou mesmo pelo local onde, minutos antes, tinha estado o pequeno chapim.
Aqueci-o na minha mão e procurei um ramo onde o pudesse colocar visto que com aquela idade ainda precisava de ser alimentado pelos pais. Demorei um pouco a procurar um arbusto longe do caminho e quando me preparava para o colocar num ramo reparei que a pequena ave tinha-se aninhado na minha mão (era pequeníssima, uns 4cm) estando a dormir com a cabeça debaixo da sua asinha. Sentei-me num banco perto e deixei-o descansar na minha mão deixando-lhe só a zona da cabeça de fora. Posso dizer que ainda demorei uns bons 15 minutos até que acordou. Prontamente a coloquei num ramo à altura máxima que pude e lá ficou. Começou de imediato a piar pelos pais querendo comer. Pouco tempo depois, eu estava a uns meros 40cm dele, quando apareceu o pai levando-lhe uma gorda lagarta que rápidamente engoliu sofregamente.
Para meu espanto o pai ficou a olhar para mim, raro nesta espécie, e a cerca de 40/30cm quase que, se levantasse a mão, lhe poderia tocar. A sensação para mim foi indescritível, absolutamente arrebatadora...
Deixei-me ficar no mesmo sítio durante mais algum tempo e observei novamente o pai a alimentar o seu filhote depois de uma breve saída sem qualquer receio de me ter por perto. Posso dizer que me senti um previligiado...
Não tem preço um momento destes...
Após certificar-me de que tudo estava tranquilo vim-me embora desejando boa sorte àquela pequena ave.

quinta-feira, junho 07, 2007

Psicomigrações



Não sei o que se passa comigo... cada vez me é mais difícil ouvir a minha própria voz.

Apetece-me ir para os sítios mais recônditos e isolados e gritar... ferir o silêncio de morte...

Porque não ferir o silêncio se a minha existência é um ferida incicatrizável?

É cá dentro, onde a alma da minha voz ecoa, rechaçada duma parede para a outra da minha mente, que são mais graves e perturbadoras as lesões...

Saberei o que digo...

...ou se direi o que sei?

segunda-feira, junho 04, 2007

Uma História Sem Fim...



" Em cada lugar que passamos o Tempo conta-nos uma história, cada momento foi desenhado para ser único, cada história de um qualquer ser vivente estará assente numa corda entre um passado que nos parece nosso e um futuro desconhecido...

Não há lugar para a alma se esconder...
Na Carruagem do Tempo...

Porque...

Nem todas as histórias se aprendem nos livros... e nem todas as histórias têm fim... "

sexta-feira, junho 01, 2007

Desejos



Que mais posso eu dizer, depois de perder no horizonte o pontinho negro dessa nau amaldiçoada que, pior do que levar-te para longe da vista, te levou para mais longe ainda do que aquilo que o olho do meu coração pode alcançar?

E nem um beijo de despedida me dispensaste na hora da partida... Consola-me apenas um beijo fantasma que procuro neste chão que piso, neste ar que respiro, neste mundo que não me abandonou também... exactamente como se os teus lábios fossem o toque precioso do vento na minha face...

Foi pena ter confundido um pirilampo com uma estrela cadente naquela noite de lua cheia em que ia a sair de casa e levantei a cabeça para o céu desejando que os nosso corações batessem como um só... afinal a minha estrela cadente era um pirilampo com mais do que fazer do que atender os meus desejos... seguiu o seu caminho, exactamente da mesma maneira que eu segui o meu e tu o teu.

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