Nem tudo começa aqui e nem tudo acaba aqui

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sexta-feira, abril 04, 2008

O Prisioneiro


O Eremita abriu os olhos e caminhou estremunhado até à boca da gruta. Olhou a floresta a perder de vista. Respirou fundo ao mesmo tempo que se sentava numa pedra no beiral do precepício. A idade começava a fazer-se sentir, embora nunca se houvesse sentido tão jovem como agora. Compôs nos ombros a manta que o protegia do frio cortante da madrugada.

Eis senão quando uma imagem se atravessou entre o Eremita e as verdejantes montanhas.

O Professor levantou-se da cama e dirigiu-se à casa de banho. Não precisou de abrir a janela para saber que o dia estava bonito. Segundos antes do toque do despertador sonhara que se levantara da cama com o toque do despertador e abrira a janela deparando com um sol radioso. Só verificou o quão exacto fora o boletim metereológico dos sonhos quando saiu de casa e correu para o automóvel. Não queria chegar atrasado à primeira aula da manhã na sua nova escola. Acelerou avenida abaixo, ultrapassando todos os carros que conseguia.

Eis senão quando uma imagem se atravessou entre o Professor e a cidade.

O Eremita levantou-se da pedra e sorriu ao pensar em tudo o que o tinha ainda para aprender.

O professor acelerou recapitulando a matéria das aulas que tinha para dar nesse dia.



Dois homens na manhã ...e uma infinidade de outros tantos homens entre um e o outro.

Não serei eu um desses homens entre um e o outro?

1 comentário:

Passageiro do Tempo disse...

Somos e não somos todos esses homens ao mesmo Tempo...

Fantástico texto, amigo!

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