
Tenho pena de viver numa época em que é mais importante compreender as coisas do que deixar-nos maravilhar com o seu vivenciar.
De que me serve saber na ponta da língua o processo do ciclo da água se depois não for capaz de saborear a chuva a beijar-me o rosto?
De que me serve compreender o funcionamento dessa máquina perfeita que é o meu corpo se depois não gosto d eme ver ao espelho?
De que nos serve saber o que causa as trovoadas se estas continuam a infundir medo primário no coração dos homens?
A ira dos deuses não se aprende no manual de nenhuma ciência... vive em tudo aquilo que não nos é permitido alcançar.
1 comentário:
Devo dizer-te que o texto é magnífico... um testemunho muito franco e simples das coisas que, a grande maioria de nós, sente mas não tem a coragem de dizer, quanto mais escrever...
Mais uma vez recordei, quase instântaneamente, aquela história do poço e dos dois meninos que espreitavam o seu próprio reflexo pela primeira vez... e pensei que, umas vezes somos um menino, de outras somos o outro... ou talvez sejamos os dois ao mesmo tempo...
Grande abraço meu amigo!!!
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