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segunda-feira, maio 12, 2008

Nunca jogues às escondidas com o Tempo


- Nunca jogues às escondidas com o Tempo. - Advertira-o o seu mestre. - Não há como o ludibriar, nem forma de cantar vitória.

Fora ele que plantara aquele pinheiro. Se tivesse sido mais cuidadoso com certeza não teria crescido tão inclinado. Mas este era um argumento falacioso... Seria justo dizer que se o seu mestre tivesse sido mais cuidadoso ele não atravessaria momentos de tão indolente descrença e dúvida, tentando ocultar-se das garras do tempo? E para quê? Sabia que no fundo as mãos do Tempo eram suaves e macias como as duma mulher cega que tentava ler o seu rosto. Sim, porque não acreditar que o Tempo era uma mulher cega muito bela. Vistas bem as coisas o Tempo só seria masculino na palavra... palavra... palavra ela própria feminina. Era com a sua vida que ele fecundava o tempo, dando vida ao momento. Na realidade, não importava saber se o Tempo o podia ver ou não... Cego era ele para ver o tempo.

Aparte de todas as considerações sobre o estado oftalmológico do tempo, como se poderia ele esconder de algo que não vê?

1 comentário:

Passageiro do Tempo disse...

O Tempo guarda a história das palavras e das memórias... magnífico texto....

Abraço!!

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