
Antes não havia nada. Nem luz, nem trevas, nem som, nem silêncio. Um nevoeiro, que era uma espécie de esquecimento, cobria tudo, que eu ainda não sabia que era tudo. Eu ignorava e na minha ignorância desconhecia a felicidade ou a tristeza. Ser era um fardo que eu não sabia que carregava. E então veio o amor... eu ainda não sabia que era o amor, só o descobriria muito mais tarde na lingua própria em que os poetas se fazem ouvir. Mas inicialmente eu não sabia que era o amor... Calculava que fosse alguma coisa sem nome. Sabia que era algo sem definição, algo que me guiava sem me conduzir, algo que me percorria sem me tocar, algo que não era eu mas também não era outra a pessoa... E então abri os braços e esperei que esse algo me tomasse, me conquistasse, me fulminasse.
3 comentários:
Lindo!
Marla
Como são semelhantes os sentimentos... em todos...
Um grande abraço!
Bonito texto!
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