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sábado, fevereiro 17, 2007

Os reflexos bóiam ao sabor de que marés?

Se o barco bóia ao sabor da marés que embalam a água como um berço onde dorme a verdade primordial das coisas, então onde poderá bóiar o reflexo do barco?

Será que um reflexo repousa sobre a realidade das coisas?

Será que o meu reflexo me observa do mesmo modo como eu me miro e estudo na aberrante distorção das vagas que me fazem navegar para além da imaginação?

Que figura sinistra e asustadora não devo ser eu para o meu reflexo!...

3 comentários:

Alberto Oliveira disse...

... esta incontornável dúvida já me assaltou (é fantástico como as dúvidas nos assaltam e a impunidade com que o fazem... )aquando dissertei sobre a minha própria sombra e óbviamente se manteve a dúvida... assaltante. Nem a chegada da polícia resolveu o problema...

"Que figura sinistra e assustadora... ". As coisas estão assim tão mal? Nem o próprio reflexo é assim tão negativista...

Abraço e óptimo fim-de-semana!

Passageiro do Tempo disse...

Lembrei-me de uma história que um dia o meu avô me contou e que não esqueci... a moral dessa história só mais tarde entendi... um dia te contarei...
Por vezes somos o que queremos ver... é a nossa mente que nos prega partidas... temos de ver para além desse reflexo... por isso somos humanos...

Grande abraço!!

Anónimo disse...

Amigo caçador de palavras... este teu texto me fez relembrar tempos idos... tempos que nâo lembro de alguma vêz os ter vivido... no entanto, me fizeram lembrar... lembrei das duvidas que assolavam as mentes dos grandes homens que fizeram a nossa história. Lembrei particulamente de Kahlil Gibran e daquele seu famoso texto Extraído de “Temporais”
: Passo a citar "Sou um estrangeiro para minha alma. Quando minha língua fala, meu ouvido estranha-lhe a voz. Quando meu Eu interior ri ou chora, ou se entusiasma, ou treme, meu outro Eu estranha o que ouve e vê, e minha alma interroga minha alma. Mas permaneço desconhecido e oculto, velado pelo nevoeiro, envolto no silêncio."
Um abraço grande
Sissi

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