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domingo, janeiro 21, 2007

Porta com porta


Acordo todos os dias como se num sonho estivesse. Uns dias o sonho é bom noutros é mau - por vezes é mesmo um pesadelo.

O despertador também sabe tocar dentro dum sonho, sabiam?

Quando saio para o trabalho nunca sei qual foi a porta por que saí... Saí pela porta da realidade ou pela porta do sonho? É difícil dizer, elas ficam uma ao lado da outra, como o reflexo produzido pelo espelho duma realidade paralela onde o limite é a imaginação.

Eu sei que não é desculpa, mas a verdade é que eu sou um pouco distraído. Já me aconteceu sair pela porta da realidade e deixar a chave na porta... À noite quando cheguei a casa procurei a chave em todos os bolsos, acabando por encontrá-la na fechadura. Tive sorte, ninguém deu por ela... mas entrei em casa auto recriminando-me ferozmente.

É usual deixar a chave na porta dos sonhos, faz sempre falta uma pitada extra de ilusão nessa grande ilusão que é a vida. Também já me aconteceu trazê-la por engano no bolso da minha mente... foi um dia muito estranho e bizarro: é insólito ver os sonhos dos outros quando temos os nossos próprios sonhos fechados em casa.

Nunca mais!

Mas o que ia ter piada era era um dia esquecer-me da chave na porta dos sonhos quando estivesse mergulhado num sono profundo e fecharem-me dentro do sonho.

E talvez tenha sido isso mesmo que aconteceu... que provas tenho eu do contrário?

Como saimos dum sonho se não sabemos que estamos a sonhar?

Hmmm... Preciso de alguém que me acorde.

3 comentários:

Passageiro do Tempo disse...

Por vezes seria bom nunca acordar... o teu texto está fantástico....
Grande abraço!!!

Alberto Oliveira disse...

Mas é perfeitamente natural meu caro! A saida de um sonho, habitualmente fica na porta logo em frente. É impossível sair de um sonho pelas traseiras e isso é tão verdade, que somos de imediato recambiados novamente para o sonho com uma penalidade tipo "cartão amarelo". A haver segunda tentativa é "cartão vermelho" pela certa: dois a três dias consecutivos dentro do mesmo sonho!
E naturalmente que sabemos que estamos a sonhar! Exemplo: começamos a contar centenas de notas de quinhentos euros que enchem uma mala e rimos desbragadamente de felicidade. Só pode ser um sonho. Ou viajamos pela Europa (com tudo pago) durante dois meses. Outro sonho.

Bom. Vou dormir. E provavelmente sonhar...

António Gil disse...

Sonhar é o acto humano mais insensato que existe,mas foi através dele que o homem aprendeu a voar e a tentar elevar-se aos céus do Conhecimento,para destronar falsos paradigmas instituidos...grande abraço meu Amigo...

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